19/09/2006 - 08:37
Cadáver localizado em Barra é de alemão
Está confirmado que o cadáver carbonizado encontrado na semana passada, no município de Barra de Maxaranguape, trata-se do corpo do alemão Kai Walfran Lisboa, 47, desaparecido no dia 6 deste mês. A confirmação veio após o exame da arcada dentária. No sábado passado, a família do estrangeiro chegou a Natal para a liberação do corpo no Instituto Técnico-científico de Polícia (Itep). A Delegacia Regional de João Câmara - que abrange a área do crime - está investigando a possível participação de três policiais no assassinato.
Nesta terça (19/09), o delegado Fábio Rogério pretende buscar documentos relativos à fazenda de fruticultura onde Kai Walfran trabalhava. Há suspeitas de que o empresário tenha sido morto por pessoas ligadas ao empreendimento, devido a uma ação contra eles movida na Justiça Trabalhista pelos estrangeiro. De acordo com o subsecretário de Segurança Pública e Defesa Social, Maurílio Pinto, algumas testemunhas disseram que Walfran foi levado por três PMs ligados à fazenda.
O nome dos policiais não foi divulgado, mas o delegado de João Câmara confirma que esta linha de investigação está sendo seguida. ‘‘Estamos colhendo depoimentos, mas precisamos nos aprofundar mais’’.
Morte
No último dia 6, Kai Walfran Lisboa, 47, desapareceu da casa onde morava com a namorada no Parque dos Coqueiros, Zona Norte de Natal. O corpo foi encontrado no domingo (10/09) queimado e com um tiro de escopeta na cabeça, na estrada que leva à praia de Caraúbas. O cadáver estava irreconhecível, mas a suspeita de que se tratava de Walfran veio porque documentos do alemão foram encontrados junto ao corpo. Na segunda-feira passada, o estrangeiro compareceria a uma audiência na Justiça do Trabalho contra a fazenda onde trabalhava, nas proximidades de Barra de Maxaranguape. ‘‘Há fortes indícios de que pessoas ligadas à fazenda tivessem interesse dele não comparecer’’, declarou o delegado à reportagem do Diário de Natal.
Com as investigações, a polícia chegou até a queixa de desaparecimento feita por Jeane Botelho de Oliveira, 36, namorada do estrangeiro, no 9º Distrito Policial (9º DP), no conjunto Panatis. Os dois estavam morando na casa de Jeane no conjunto Parque dos Coqueiros, Zona Norte de Natal, e desde o dia 6 de setembro, ele está desaparecido.
De acordo com o delegado ainda não há nenhuma suspeita, mas muitas pessoas terão que ser ouvidas para elucidar o caso. ‘‘O único fato concreto que temos é que ele (Kai) possuía uma ação na Justiça do Trabalho contra a fazenda onde ele trabalhava nas proximidades de Barra de Maxaranguape. Na segunda-feira, seria a audiência com a empresa. Há fortes indícios de que pessoas ligadas a fazenda tivessem interesse dele não comparecer’’. O delegado prefere não apontar nenhum nome porque não há provas sobre o fato. Kai Walfran Lisboa morava no Rio Grande do Norte há cerca de três anos. O delegado Fábio Rogério possui 30 dias para concluir o inquérito.
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