Polícia encontra corpo carbonizado
Tribuna do Norte 15/09/2006

Polícia encontra corpo carbonizado
Divulgação ALEMÃO - Kai Walfran Lisboa 15/09/2006 - Tribuna do Norte
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Jacson Damasceno - Repórter

O desaparecimento de um alemão naturalizado brasileiro, ocorrido na semana passada, está cercado de mistério. Kai Walfran Lisboa, de 47 anos, saiu de casa, no Parque dos Coqueiros, no dia 06 deste mês e não deu mais notícias. Quatro dias depois, um cadáver foi encontrado carbonizado e com uma marca de tiro na cabeça em Barra de Maxaranguape. Junto ao cadáver estava a carteira de identidade de Kai, mas a polícia ainda não sabe se o corpo desovado é mesmo o dele.

A namorada de Kai, Jeane Botelho de Oliveira, de 36 anos, prestou queixa do desaparecimento dele na 9ª DP, em Panatis, às 14h do dia 08 deste mês. Dois dias, portanto, após o desaparecimento. A mulher contou aos policiais que morava com Kai há cerca de três meses, e que na quarta-feira da semana passada saiu para trabalhar deixando-o em casa. Antes disso, ele teria comentado que durante a tarde iria encontrar-se com dois caminhoneiros que trabalhavam para ele. Quando ela voltou, encontrou a casa fechada normalmente, mas Kai não retornou mais.

Antes de ir embora, Jeane colou em uma das paredes da delegacia, uma reprodução da fotografia do passaporte do alemão naturalizado brasileiro. A reportagem da TRIBUNA DO NORTE conseguiu falar com ela por telefone, mas Jeane preferiu não falar sobre o assunto. “Eu não vou dar nenhuma declaração sobre isso”, disse ela.

No domingo dia 10, quatro dias após o desaparecimento, o corpo de um homem foi encontrado em um matagal, próximo à entrada da praia de Caraúbas, em Barra de Maxaranguape. O crânio apresentava alto grau de destruição, provocado por um tiro de escopeta calibre 12. Embaixo do corpo estava a cédula de identidade de Kai, mas a identificação com a foto não era possível, pelo estado em que o corpo se encontrava.

O caso está sob os cuidados do delegado Fábio Rogério, regional de João Câmara, que compreende o município de Barra de Maxaranguape. Ele assumiu as investigações há poucos dias e na manhã de ontem esteve no Instituto Técnico de Polícia, a fim de colher dados sobre o corpo encontrado no matagal. Fábio Rogério havia começado a investigar a partir do local onde o cadáver foi desovado e ontem descobriu a queixa do desaparecimento prestada na 9ª DP. “Vou começar a ouvir os depoimentos a partir de agora. Tudo está muito no início”.

Ontem mesmo o delegado ouviu uma ex-mulher de Kai, que hoje mora em Floriano, no Piauí. Mas o depoimento não foi muito proveitoso já que a mulher interrogada só esteve casada com a vítima até o ano de 2000. “O depoimento importante mesmo é o da namorada”.

A mãe e a irmã de Kai estão chegando ao Brasil amanhã e irão ao Itep fazer o reconhecimento do corpo, mas a polícia tem quase certeza de que o homem morto em Maxaranguape seja mesmo Kai Wolfran Lisboa. “Eu tenho 90% de certeza de ser ele. Mas é importante o reconhecimento para que não haja dúvida”, disse o delegado Regional. Um exame de arcada dentária também foi solicitado.

A polícia ainda não tem informações seguras sobre o motivo do suposto assassinato. Mas há informações de que recentemente ele entrou com uma reclamação na Justiça do Trabalho contra os sócios majoritários da fazenda, que estaria falida. Kai, que teria 5% das ações da propriedade, não estaria recebendo o pagamento corretamente e resolveu entrar com uma ação. “Esse pode ser o caminho para a solução do caso. Mas, por enquanto não passa de conjectura”.

Para ficar informado inscreva-se em este grupo: Grupo Kai Lisboa.

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